Este blog começa com uma entrevista feita comigo em 2008 para uma revista de circulação regional sobre os distúrbios miccionais, seus mitos e formas de tratamentos atuais.
Qualidade de Vida sem Incontinência Urinária
Tossir, pular, espirrar, gargalhar, correr, agachar-se... o que para uns pode ser considerado uma tarefa normal do dia, para outros pode ser sinônimo de limitação e muito constrangimento. Quem nunca experimentou a sensação de perda de urina ao tossir ou espirrar?
Na maioria das vezes, essa perda é sentida e considerada fato normal do processo de envelhecimento ou do organismo! Na verdade, essa teoria está totalmente equivocada!
Segundo Dra. Ana Maria Luna Ramalho (Especialista em Uroginecologia pela UNIFESP):
“As perdas urinárias, são, na maioria dos casos, ignoradas pelos pacientes pela falta de informação quanto a doença, sua progressividade e as formas de tratamentos inovadoras com resultados de melhora e cura em aproximadamente 87% dos casos”.
Pode ser considerada como incontinência urinária, toda perda de urina contínua ou em gotas através do canal da uretra experimentada a pequenos, médios ou grandes esforços, tais como: tossir, espirrar, correr, pular, pegar peso, agachar, etc. Em todas situações onde há um aumento da pressão intra abdominal associada a fraqueza dos músculos do assoalho pélvico favorecem o aparecimento desses sintomas.
Esses músculos podem se enfraquecem por inúmeras causas tais como: menopausa, obesidade, tabagismo, sedentarismo, alteração da posição da bexiga (tanto em homens quanto em mulheres), número de gestações e parto, após cirurgias pélvicas (levantamento de bexiga, cirurgias de próstata, cirurgias perineais), atividades de impacto constantes (em atletas), distúrbios neurológicos (acidente vascular, trauma raquimedular, parkinson), etc.
Em verdade, a incontinência urinária torna-se mais freqüente em pacientes acima dos 60 anos, pois o processo de envelhecimento promove uma redução do número de fibras musculares que atuam no mecanismo de continência através do fechamento do esfíncter da uretra, (veja a figura ao lado). No entanto, de acordo com os fatores citados acima, esse esfíncter pode enfraquecer-se em indivíduos jovens inclusive em homens.
Existem vários tipos de incontinência urinária: a perda de urina que se manifesta em situações nas quais há um aumento súbito da pressão abdominal – como no ato de tossir, pular, espirrar é conhecida clinicamente como “incontinência urinária de esforço”. Uma outra forma de incontinência se caracteriza pela sensação de urgência; isto é, há um intenso (e urgente) desejo de esvaziar a bexiga, entretanto a paciente não consegue inibir esse desejo, perdendo urina antes de chegar ao toalete. Nestes casos, há uma contração prematura e irrefreável do detrusor (músculo da beixga), fazendo com que o reflexo de esvaziamento aconteça sem que a bexiga esteja cheia - como ocorre na cistite (inflamação da bexiga), porém, aqui, há uma importantíssima diferença: não há infecção.
A incontinência urinária não é uma doença em si, e sim um sintoma que, como visto, pode ter diversas causas e formas de tratamento as quais incluem:
- medicamentosas, para incontinência leve a moderada;
- cirúrgicas para incontinência grave e;
- conservadora para incontinência leve, moderada e pré e pós cirúrgicas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), tem recomendado o tratamento conservador, fisioterapêutico, como a medida primária para a incontinência urinária pelos excelentes resultados, baixo custo e efeitos colaterais nulos.
A fisioterapia uroginecológica conta com equipamentos de alta tecnologia com o uso de aparelhos que visam o fortalecimento e treinamento da bexiga de forma ativa pelo paciente sendo totamente monitorado pelo computador. Essas modalidades incluem o fortalecimeto da bexiga através da eletro estimulação perineal associada ao biofeedback o qual irá promover o treinamento ativo. Com a evolução da terapia pode-se alternar para exercícios perineais em ambiente clínico até a consciência total e alta para exercícios domiciliares.
A perda involuntária de urina gera comprometimentos devastadores à qualidade de vida das pessoas. Sentimentos como vergonha, ansiedade, frustração, depressão e medo geralmente estão associados à incapacidade de retenção urinária, levando seus portadores(as) a um permanente estado de angústia e a um progressivo isolamento social.
Além dos comprometimentos emocionais, enquadram-se também as alterações no sono provocada pelo aumento das idas ao banheiro durante a noite, cansaço físico e indisposição para atividades do dia a dia.
É interessante lembrar, que a fisioterapia uroginecológica atua também nas disfunções sexuais, pois os mesmos músculos que atuam no processo de continência urinária, realizam a manutenção da força de tensão do canal da vagina o qual promove a flacidez perineal e inibe a sensibilidade feminina e masculina durante as relações sexuais. Dessa forma, é grande o número de pacientes com queixas de anorgasmia (falta de orgasmo), lubrificação ineficaz e até mesmo dor durante a relação sexual, onde os recursos podem ser empregados, de forma satisfatória, também nesses casos.
“ A vida é repleta de muitos prazeres, para uma vida plena e saudável, não é preciso abrir mão de absolutamente nenhum deles. Consciência e atitude fazem parte integral da cura para os distúrbios perineais”. diz Dra. Ana Maria Luna Ramalho.
______________________________________________________________ Dra. Ana Maria Luna Ramalho
CREFITO 58504-F
Oi Ana, já ouvi falar nessa pessoa tbem, mas não me lembro onde eu vi.... vou pesquisar e te falo, ok?
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